Acessibilidade: Significa não apenas permitir que pessoas com deficiências participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população
A Acessibilidade é:
Uma necessidade cada vez maior das pessoas com deficiências;
- Uma estratégia de negócio, pois amplia consideravelmente o público alvo;
- Uma questão de justiça social;
- Sintonia com políticas públicas;
- Uma adequação às nossas leis;
- Uma adequação às diretrizes internacionais.
Aquisição de Linguagem
Aprender uma língua não é apenas uma questão de gravar palavras e frases individuais;
De acordo com o professor de Harvard e lingüista Steven Pinker, os dois motores da linguagem seriam a memorização das palavras e a combinação de pedaços de palavras de acordo com as regras.
"A linguagem é uma janela para a natureza humana, que expõe características profundas e universais de nossos pensamentos e sentimentos. Os pensamentos e sentimentos não podem ser equacionados aos sentimentos propriamente ditos". O material do pensamento -Steven Pinker
Apesar de todas as potencialidades da linguagem, parece que existem áreas nas quais a ela é inapropriada ou insuficiente. A linguagem não dá conta de tudo o que queremos transmitir. A idéia de incomunicabilidade pode assustar, e desse sentimento compartilham os deficientes.
Surdos, cegos, mudos e afásicos são compelidos a desenvolver linguagens específicas. Para superar suas dificuldades comunicacionais, eles criam e recriam códigos. São novas formas de ver e ler o mundo, de senti-lo, por exemplo, na palma de suas mãos.
A aquisição da linguagem pela criança surda
Crianças surdas filhas de pais surdos, têm a oportunidade de acesso a uma língua de sinais em iguais condições ao acesso que as crianças ouvintes naturalmente têm em uma língua oral-auditiva. Frisa-se a palavra "oportunidade" porque representam apenas 5% das crianças surdas, ou seja, 95% das crianças surdas são filhas de pais ouvintes, os quais, quase sempre, não dominam uma língua de sinais
O domínio progressivo das habilidades de uso da linguagem é um fator decisivo no desenvolvimento psicológico geral, ao mesmo tempo que é difícil explicar a evolução da linguagem em relacioná-la ao meio social e à capacidade intelectual.
O que impulsiona o desenvolvimento lingüístico?
Por que e como aprendemos a usar produtiva e compreensivamente a linguagem?
Na Criança Ouvinte
Os dois primeiros anos de vida
Experiência social e desenvolvimento cognitivo
Relação diática adulto-bebê;
Formatos de interação;
Atribuições otimizadoras;
Acesso a convencionalidade;
Inteligência sensório-motora;
Primeiras representações simbólicas
Aquisição e desenvolvimento da linguagem
Comunicação pré-lingüística. Balbucio (4-9 meses)
Primeiras palavras
Combinação de duas palavras(1a 6m).
Primeiras flexões;
Hiper-regularizações;
Primeiras preposições, artigos e possessivos
Dos 2 aos 4 anos
Experiência social e desenvolvimento cognitivo
Família e irmãos;
Imitação, Jogo simbólico;
Inteligência pré-operatória (pré-conceitual)
Sincretismo e egocentrismo cognitivo;
Relações espaço-temporais básicas.
Aquisição e desenvolvimento da linguagem
Esforços para melhorar a compreesibilidade.
Repertório fonético quase completo (4 anos)
O léxico cresce duplicando-se a cada ano;
Frases de três ou quatro elementos lingüísticos;(2 anos)
Domínio das orações simples;(4 anos)
Dos 4 aos 7 anos
Experiência social e desenvolvimento cognitivo
Pré-escola e escola;
Interações com os iguais;
Especialização e ajuste psicomotor fino;
Inteligencia pré-operatória (intuitiva);
Descentração. Mediação. Auto-regulação.
Acesso as operações concretas
Aquisição e desenvolvimento da linguagem
Produções mais claras e compreensivas
Dominio do repertório fonetico (7 anos)
Aumenta o vacabulário, seu significado enriquece.
Uso mais correto das flexões;
Acesso à linguagem escrita
Na Criança Surda
Período pré-lingüístico
Se estende do nascimento ao início dos primeiros sinais;
Balbucio fenômeno que ocorre em todos os bebês, surdos e ouvintes; manifestada não apenas por meio de sons, mas também através de sinais.
Duas formas de balbucio manual: o balbucio manual silábico e a gesticulação.
Os bebês surdos e os bebês ouvintes apresentam os dois tipos de balbucio até um determinado estágio e desenvolvem o balbucio da sua modalidade.
As vocalizações são interrompidas nos bebês surdos assim como as produções manuais são interrompidas nos bebês ouvintes.
As semelhanças constatadas na sistematização das duas formas de balbuciar sugerem a existência no ser humano de uma capacidade lingüística inata que sustenta a aquisição da linguagem independentemente da modalidade da língua
A percepção visual é de extrema relevância no desenvolvimento da criança surda.
O bebê surdo com a atenção visual voltada para a face do interlocutor, capta indícios sutis no rosto que lhe servirão para atribuir significado aos sinais de sua língua. O uso de expressões faciais, a repetição de sinais e a utilização de movimentos mais lentos e amplos na articulação dos sinais são estratégias utilizadas pelos pais para atraírem a atenção visual dos bebês surdos.
Estágio de um sinal
Começa por volta dos 12 meses da criança surda até os 2 anos de idade;
Petitto argumenta que a criança simplesmente produz gestos que diferem dos sinais produzidos por volta dos 14 meses, classificando tal produção gestual como pertencente ao balbucio, do período pré-lingüístico.
Estágio das primeiras combinações
Surgem por volta dos 2 anos nas crianças surdas;
As crianças começam a usar o sistema pronominal, porém de maneira inconsistente. Ocorrem 'erros' de reversão pronominal, exatamente como acontece com crianças ouvintes. As crianças utilizam a apontação direcionada ao receptor para se referirem a si mesmas. Contudo, esse tipo de erro e a evitação do uso dos pronomes do estágio anterior são fenômenos diretamente relacionados com o processo de aquisição da linguagem.
Estágio das múltiplas combinações
Por volta dos 2 anos e meio a 3 anos, as crianças surdas apresentam a “explosão do vocabulário”. Começam a ocorrer as chamadas distinções derivacionais (a diferenciação entre CADEIRA e SENTAR, por exemplo).
A criança surda ainda não utiliza os pronomes para referir-se aos objetos e às pessoas que não estejam presentes fisicamente. Usa substantivos não associados com pontos no espaço.
Dos 3 anos em diante, passa-se à utilização do sistema pronominal com referentes ausentes no contexto do discurso. Contudo, ainda registram-se erros. De 3 anos a 3 anos e meio, as crianças usam a concordância verbal com referentes presentes. Não obstante, flexionam alguns verbos de forma inadequada nas línguas de sinais, num fenômeno análogo a generalizações verbais como 'fazi', 'sabo' e ‘gosti’ na língua portuguesa.
Por volta dos 4 anos, a concordância verbal ainda não é praticada adequadamente. Somente entre 5 e 6 anos, as crianças tornam-se capazes de flexionar os verbos corretamente. Pode-se concluir que o processo de aquisição da língua de sinais pelas crianças surdas ocorre num período análogo à aquisição da língua oral-auditiva em crianças ouvintes.
Aprendizado, pelos surdos, da língua portuguesa escrita
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