sábado, 19 de março de 2011

assunto: aquisição da linguagem pela criança surda - disciplina: Linguagens Especiais

Acessibilidade: Significa não apenas permitir que pessoas com deficiências participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população
A Acessibilidade é:
Uma necessidade cada vez maior das pessoas com deficiências;
- Uma estratégia de negócio, pois amplia consideravelmente o público alvo;
- Uma questão de justiça social;
- Sintonia com políticas públicas;
- Uma adequação às nossas leis;
- Uma adequação às diretrizes internacionais.
Aquisição de Linguagem
 Aprender uma língua não é apenas uma questão de gravar palavras e frases individuais;
 De acordo com o professor de Harvard e lingüista Steven Pinker, os dois motores da linguagem seriam a memorização das palavras e a combinação de pedaços de palavras de acordo com as regras.
 "A linguagem é uma janela para a natureza humana, que expõe características profundas e universais de nossos pensamentos e sentimentos. Os pensamentos e sentimentos não podem ser equacionados aos sentimentos propriamente ditos". O material do pensamento -Steven Pinker
 Apesar de todas as potencialidades da linguagem, parece que existem áreas nas quais a ela é inapropriada ou insuficiente. A linguagem não dá conta de tudo o que queremos transmitir. A idéia de incomunicabilidade pode assustar, e desse sentimento compartilham os deficientes.
Surdos, cegos, mudos e afásicos são compelidos a desenvolver linguagens específicas. Para superar suas dificuldades comunicacionais, eles criam e recriam códigos. São novas formas de ver e ler o mundo, de senti-lo, por exemplo, na palma de suas mãos.
A aquisição da linguagem pela criança surda
 Crianças surdas filhas de pais surdos, têm a oportunidade de acesso a uma língua de sinais em iguais condições ao acesso que as crianças ouvintes naturalmente têm em uma língua oral-auditiva. Frisa-se a palavra "oportunidade" porque representam apenas 5% das crianças surdas, ou seja, 95% das crianças surdas são filhas de pais ouvintes, os quais, quase sempre, não dominam uma língua de sinais
 O domínio progressivo das habilidades de uso da linguagem é um fator decisivo no desenvolvimento psicológico geral, ao mesmo tempo que é difícil explicar a evolução da linguagem em relacioná-la ao meio social e à capacidade intelectual.
 O que impulsiona o desenvolvimento lingüístico?
 Por que e como aprendemos a usar produtiva e compreensivamente a linguagem?
Na Criança Ouvinte
Os dois primeiros anos de vida
Experiência social e desenvolvimento cognitivo
 Relação diática adulto-bebê;
 Formatos de interação;
 Atribuições otimizadoras;
 Acesso a convencionalidade;
 Inteligência sensório-motora;
 Primeiras representações simbólicas
Aquisição e desenvolvimento da linguagem
 Comunicação pré-lingüística. Balbucio (4-9 meses)
 Primeiras palavras
 Combinação de duas palavras(1a 6m).
 Primeiras flexões;
 Hiper-regularizações;
 Primeiras preposições, artigos e possessivos
Dos 2 aos 4 anos
Experiência social e desenvolvimento cognitivo
 Família e irmãos;
 Imitação, Jogo simbólico;
 Inteligência pré-operatória (pré-conceitual)
 Sincretismo e egocentrismo cognitivo;
 Relações espaço-temporais básicas.
Aquisição e desenvolvimento da linguagem
 Esforços para melhorar a compreesibilidade.
 Repertório fonético quase completo (4 anos)
 O léxico cresce duplicando-se a cada ano;
 Frases de três ou quatro elementos lingüísticos;(2 anos)
 Domínio das orações simples;(4 anos)
Dos 4 aos 7 anos
Experiência social e desenvolvimento cognitivo
 Pré-escola e escola;
 Interações com os iguais;
 Especialização e ajuste psicomotor fino;
 Inteligencia pré-operatória (intuitiva);
 Descentração. Mediação. Auto-regulação.
 Acesso as operações concretas
Aquisição e desenvolvimento da linguagem
 Produções mais claras e compreensivas
 Dominio do repertório fonetico (7 anos)
 Aumenta o vacabulário, seu significado enriquece.
 Uso mais correto das flexões;
 Acesso à linguagem escrita
Na Criança Surda
Período pré-lingüístico
 Se estende do nascimento ao início dos primeiros sinais;
 Balbucio  fenômeno que ocorre em todos os bebês, surdos e ouvintes; manifestada não apenas por meio de sons, mas também através de sinais.
 Duas formas de balbucio manual: o balbucio manual silábico e a gesticulação.
 Os bebês surdos e os bebês ouvintes apresentam os dois tipos de balbucio até um determinado estágio e desenvolvem o balbucio da sua modalidade.
 As vocalizações são interrompidas nos bebês surdos assim como as produções manuais são interrompidas nos bebês ouvintes.
As semelhanças constatadas na sistematização das duas formas de balbuciar sugerem a existência no ser humano de uma capacidade lingüística inata que sustenta a aquisição da linguagem independentemente da modalidade da língua
 A percepção visual é de extrema relevância no desenvolvimento da criança surda.
 O bebê surdo com a atenção visual voltada para a face do interlocutor, capta indícios sutis no rosto que lhe servirão para atribuir significado aos sinais de sua língua. O uso de expressões faciais, a repetição de sinais e a utilização de movimentos mais lentos e amplos na articulação dos sinais são estratégias utilizadas pelos pais para atraírem a atenção visual dos bebês surdos.
Estágio de um sinal
 Começa por volta dos 12 meses da criança surda até os 2 anos de idade;
 Petitto argumenta que a criança simplesmente produz gestos que diferem dos sinais produzidos por volta dos 14 meses, classificando tal produção gestual como pertencente ao balbucio, do período pré-lingüístico.
Estágio das primeiras combinações
 Surgem por volta dos 2 anos nas crianças surdas;
 As crianças começam a usar o sistema pronominal, porém de maneira inconsistente. Ocorrem 'erros' de reversão pronominal, exatamente como acontece com crianças ouvintes. As crianças utilizam a apontação direcionada ao receptor para se referirem a si mesmas. Contudo, esse tipo de erro e a evitação do uso dos pronomes do estágio anterior são fenômenos diretamente relacionados com o processo de aquisição da linguagem.
Estágio das múltiplas combinações
 Por volta dos 2 anos e meio a 3 anos, as crianças surdas apresentam a “explosão do vocabulário”. Começam a ocorrer as chamadas distinções derivacionais (a diferenciação entre CADEIRA e SENTAR, por exemplo).
 A criança surda ainda não utiliza os pronomes para referir-se aos objetos e às pessoas que não estejam presentes fisicamente. Usa substantivos não associados com pontos no espaço.
 Dos 3 anos em diante, passa-se à utilização do sistema pronominal com referentes ausentes no contexto do discurso. Contudo, ainda registram-se erros. De 3 anos a 3 anos e meio, as crianças usam a concordância verbal com referentes presentes. Não obstante, flexionam alguns verbos de forma inadequada nas línguas de sinais, num fenômeno análogo a generalizações verbais como 'fazi', 'sabo' e ‘gosti’ na língua portuguesa.
 Por volta dos 4 anos, a concordância verbal ainda não é praticada adequadamente. Somente entre 5 e 6 anos, as crianças tornam-se capazes de flexionar os verbos corretamente. Pode-se concluir que o processo de aquisição da língua de sinais pelas crianças surdas ocorre num período análogo à aquisição da língua oral-auditiva em crianças ouvintes.
Aprendizado, pelos surdos, da língua portuguesa escrita

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